Episódio 4:
Um Mistério em River View (parte 2)

Florinda ficou tentando me reanimar e diminuir a minha raiva durante horas (ela é mesmo uma grande amiga), e por fim, acabamos indo embora porque já era tarde demais. As tentativas dela foram em vão, pois no outro dia acordei tarde, de mal-humor, e ainda mais revoltado com aquele canalha que matou meus pais e estava afastando Nancy de mim (indiretamente, mas ela só foi embora porque ele escapou da prisão). Tenho que tomar alguma providência antes que ele comece a me prejudicar ainda mais! Assim que tomei o meu café da manhã(frutas da minha horta), fui à prefeitura fazer algumas pesquisas sobre o assassino.

Na prefeitura, encontrei os endereços de vários lugares que o ex-militar já morou, e também consegui uma lista de lugares onde ele já prendeu reféns. Após investigar lugar por lugar, cheguei em uma casa que, segundo os registros da prefeitura, estava sem morador e já foi usada como cativeiro em um de seus seqüestros . De todos os endereços, este era o único com vestígios de que alguém estava residindo. Estava tudo muito claro, ele estava morando aqui! Então liguei para Nancy e disse que eu suspeitava de onde o assassino estava morando. Ela de princípio se assustou com o meu comprometimento com o caso e duvidou que eu soubesse o endereço dele, mas após eu contar para ela tudo o que sabia, ela disse que estava a caminho, porém levaria algumas horas para chegar( a nova cidade dela é meio longe daqui). Nancy também alertou para eu ir embora, pois ela já havia anotado o endereço e seria muito perigoso eu ficar rondado a casa após ter sido ameaçado por carta. É claro que não obedeci! Abri a garagem da casa e tentei entrar para esperar por ele lá dentro e confrontá-lo. Não iria perder nunca esta chance de enfrentar o homem que matou os meus pais.

Já estava dentro do quintal, agora só faltava esperar o assassino chegar. Mas e se ele não for o assassino? Vou dar uma investigada na casa aqui pela janela! Sim, só pode ser ele! Tem uma camiseta de policial com uma faixa escrito: “Herói da Cidade”, não tem erro! Ei, que barulho foi esse? Não, é ele...
Acordei com uma dor de cabeça horrível e sentado em um banco no canto da garagem. Fui pego de surpresa por ele, mas tem algo estranho, ele nem me amarrou!

Ei, olhe! Ali vem ele, com algumas mudanças na aparência para se disfarçar, mas ainda é George Dean, um heróico ex-militar que enlouqueceu e matou meus pais! Não consigo acreditar que estou finalmente cara a cara com o homem que arruinou a minha vida tirando todos que eu mais amava de perto de mim, só há uma coisa a se fazer, vou confrontá-lo.

Em um rápido jogo de movimentos parti para cima dele com soco, mas aquele hábil ex-soldado desviou e me jogou para longe do banco. Mesmo zonzo, levantei-me rapidamente e fui dizer a ele tudo que estava engasgado em minha garganta há anos:
-Eu sei que foi você, George. Você matou meus pais! E agora escapou da prisão, colocou um nome falso e achou que iria se safar, MAS NÃO VAI!!
-Espere, garoto. Hoje faz 21 anos que  fui preso, estou envelhecendo e não quero sair da cadeia apenas quando for um idoso! E sim, eu matei os seus pais! Mas foi em uma época de crise quando eu estava totalmente desamparado, e em um momento de fúria acabei fazendo algo que me arrependo até hoje! Tentando ser um sim melhor, tomei conta de você a distancia durante toda a sua vida no orfanato. Sempre cuidei para você não se meter em encrencas e por isso mandei a carta, para que a situação não chegasse a esse ponto!
-Ninguém nunca te pediu para fazer isso e se você realmente quisesse me proteger não teria matado meus pais!! E você só se arrepende porque foi preso! Senão estaria aqui até hoje seqüestrando e matando mais e mais pessoas!
-Eu não sou assim, SOU UM HERÓI, SALVEI VÁRIAS VIDAS!!
-Um herói não manda ameaças pelo correio, um herói não seqüestra pessoas e o mais importante, um herói não se torna um ASSASSINO! Você é o lixo da sociedade, homem! Você tinha de tudo para brilhar, mas preferiu arruinar a vida dos outros! EU TE ODEIO E VOCÊ MORRERÁ NA CADEIA!!
-Agora já chega! Eu não pretendia te ferir, por isso mandei o bilhete, mas você passou dos limites e agora vai pagar pelas consequências! Você sabe demais e tem de morrer!

A raiva tomou conta de nós dois e começamos a brigar! Jorge me imobilizou e começou a me enforcar. Por sorte, ouvimos a sirene da polícia e ele acabou se distraindo com ela. Nesse momento de distração eu escapei e apertei o portão para abrir a garagem, logo em seguida ele me agarrou e jogou-me no chão. E quando ele ia pegar alguma ferramenta na gaveta do armário Nancy chegou e deu um tiro no ombro dele.Ela acabara de salvar a minha vida mais uma vez!
Nancy e eu levamos o criminoso para delegacia e após eu ter de contar a história para vários policiais nós dois fomos liberados. Quando saímos já era depois do meio-dia, ficamos batendo um papo e ela me disse que os seus chefes me elogiaram muito e até me convidaram para trabalhar com eles na delegacia. Eu agradeci, mas essa carreira não é para mim. “Na verdade nem a de fazendeiro é, o meu grande sonho é ser um cientista.” eu disse, e ela falou que iria fazer algo a respeito, pois eu impulsionei a carreira dela ajudando a capturar George. Nancy foi até promovida e conseguiu voltar para cidade.

É, meus caros leitores, esses últimos tempos foram corridos! Pelo menos eu consegui superar um trauma que me acompanhava desde o meu primeiro dia de vida. Ajudar a prender George foi muito importante para mim e agora finalmente me sinto livre, também sei que realmente fiz algo para honrar meus pais. Talvez eu tenha me arriscado demais, mas o homem é um criminoso, ele merecia ser preso! Falando nele, hoje faz 21 anos que ele foi preso e também faz 21 anos que eu nasci! Tenho que comemorar ! (XD)