Capítulo 05

Clara tinha medo do pai. Tanto medo, que quando ele chegava em casa, ela não falava nada.
Quando Clemente lhe dirigia a palavra, ela se restringia a responder balançando a cabeça.
Ele achava que a filha tinha problemas mentais. Dora percebia o que acontecia na verdade, então, para evitar confusão, apenas concordava com Clemente.

Mas Clara adorava Marcela, e quando não havia ninguém por perto, elas cantarolavam, trocavam confidências, estudavam e eram muito felizes, não apenas como irmãs, mas como melhores amigas.

Naquela noite Marcela não tinha sono.
Uma aflição terrível começou a percorrer seu corpo, pois tudo o que ela mais queria era dormir para tentar reencontrar aquele lugar, aquele moço.
Consumida por um desespero de se esquecer como ele se parece, ela pegou um pedaço de papel, que encontrou no chão, e começou a desenhar o rosto do rapaz.
Ficou tão hipnotizada pelo que estava fazendo, que nem se deu conta quando adormeceu.

Flávio chegou em casa, uma empregada nova estava alimentado as crianças.
Disse “boa noite”, passou por eles como se não fossem nada importante, nem perguntou por Letícia, subiu para o quarto, colocou a roupa mais confortável que tinha, e foi dormir, torcendo para conseguir voltar naquele lugar novamente.

- E não é que deu certo? – espantou-se Flávio. Agora só falta eu conseguir imaginar novamente aquela moça. Tomara que eu não mude nada nela. Ela era perfeita!

Alguns passos a diante, encontra uma cabana bem simples.

- Olá! Tem alguém aí? – arriscou Flávio.
- Nossa, que coincidência! – veio uma voz de dentro da casa. Acabei de chegar!
- Nem me apresentei ontem... Meu nome é Flávio.
- Puxa, que nome diferente. Não conheço ninguém que se chame assim. Meu nome é Marcela.
- Muito bonito! Também não conheço ninguém com esse nome. Por que eu idealizaria uma mulher com um nome que não conheço?
- Sabe que eu me fiz a mesma pergunta?

Os dois riem.

- Seu pai não te bateu mais?
- Graças a Deus e à minha mãe, não.
- Engraçado... Eu nem te conheço, mas fiquei tão preocupado com você...
- Eu achei que tivesse morrido. Mas daí quando eu acordei, vi que você estava certo.
- Não sei quanto a você, mas eu passei o dia todo contando os minutos para voltar aqui. Fiquei com receio de não te encontrar...
- Eu também queria te ver de novo! Sabe, me sinto tão bem aqui. Sinto que posso confiar em você, contar meus problemas, desabafar.
- Sinto a mesma coisa!
- Bom, você sabe a minha história, porque que fujo para cá. Agora quero saber da sua.

- Minha vida é um caos! Eu mergulhei de cabeça em uma história romântica absurda quando era muito novo, e me dei muito mal.
- Como assim?
- Na escola eu conheci uma garota que achava que era o amor da minha vida. Tudo parecia estar se encaixando certinho, até que um dia acordei do sonho e vi que era o meu pior pesadelo.
- Ela é sua namorada?
- Pior! Éramos muito novos, sem noção. Eu a engravidei, casei com ela, e hoje só tenho o desprezo dela e dos meus filhos.
- Puxa, você é casado!

Marcela não conseguia esconder a sua decepção. “Com tantos homens para criar no meu sonho, porque fui criar justo um casado?”.
Por alguns instantes Marcela sentiu-se culpada por achar aquele jovem desconhecido tão atraente e interessante, afinal ele já era comprometido.

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