Capítulo 19

- Eu não queria dar esse trabalho pra você, Flávio, me desculpe! Se eu não tivesse aberto a porta... – disse Marcela, em tom de arrependimento.
- Tudo bem, Marcela, fica calma. Aconteceu o que tinha que acontecer. Ele é legal, vai dar tudo certo. – disse Flávio, tentando confortá-la. - Alguma pessoa que trabalhava no Hotel ligou para ela e nos dedurou. Não foi culpa sua.

A porta abre, e um rapaz fica surpreso ao ver todas aquelas pessoas com Flávio, na frente da sua casa.

- Pô, cara, legal você aqui!
- Diego, desculpe vir sem avisar.
- Sem problemas, brother, chega aí.

Flávio levou Marcela, Dora e Clara para a casa de seu amigo Diego.
Ele tem um plano, mas não quer dar muitos detalhes a Diego, pois não sabe o rumo que as coisas podem tomar.

- É só por uns dias.
- Não, tudo bem, sem grilo. Mas você sabe, aqui é pequeno e tal.
- Sim, sim. Mas é só até eu arrumar um lugar SaintValley. No máximo depois de amanhã já estarei com tudo pronto.
- Sem problemas, demore o tempo que precisar.
- Olha, lembra daquela terra que pedi pra você analisar pra mim?
- Lembro, lembro.
- Ninguém sabe que você analisou, né?
- Ninguém, claro.
- Ah, tá. Fica só entre nós. Mas só entre nós mesmo, ok?
- Cara, você tá me deixando com medo!
- Desculpa, brother, mas quanto menos você souber, melhor. Não quero te meter em encrenca. Quando eu te pedi aquele favor, não sabia no que estava me metendo.
- Treta da braba, é?
- Muito!
- Pô, deu ruim, heim? E a loirinha? Vai mesmo largar?
- Já larguei!
- Demorô, brother! Desculpe falar, mas aquela lá não era flor que se cheire.
- Nem me fale, nem me fale!

Mas antes de ir embora, Flávio percebeu que Marcela estava diferente, um tanto quanto distante e receosa.

- Marcela, você ainda não me contou o que aconteceu entre você e a Letícia.
- Não foi nada de mais, Flávio. Está tudo bem.
- Não está, posso ver no seu rosto! Olha... Não deixe isso afetar você. Essa família joga com o psicológico das pessoas, entende? Seja lá o que for que ela tenha dito à você, ignore. Eles jogam sujo, disseminam mentiras, abalam as pessoas para que elas fiquem nas mãos deles e façam tudo o que eles querem. Você é uma mulher linda e inteligente. Por favor, não deixe que nada do que aquela maluca tenha dito mude você. Promete?

Marcela se lembrou de tudo o que ela e Flávio viveram ainda em seus sonhos.
Tudo o que conversaram e a forma com que ele agiu desde que se encontraram pessoalmente, fazia cair por terra os argumentos de Letícia: ela estava querendo deixar Marcela insegura, e assim, desistir de Flávio.
Mas decidiu que desta vez nada a faria desistir de sua verdadeira felicidade.
Aquele homem maravilhoso era real, estava ali bem diante de seus olhos, enfrentou muita coisa por ela e ela confiava totalmente nele.
Marcela sorriu, seu rosto voltou a ficar iluminado e isto foi suficiente para que Flávio entendesse que tudo estava de volta aos eixos novamente.

Flávio sabia que precisava sair da cidade o mais rápido possível.
Precisava achar um lugar seguro para ele, Marcela, sua mãe e sua irmã.

Também contratou um advogado para tratar do divórcio.
- Você tem certeza que quer abrir mão de tudo!? – perguntou o advogado, assustado quando escutou de Flávio que ele não iria querer um centavo daquela família.
- Absoluta! - respondeu Flávio, com firmeza.

O que ninguém sabia, é que durante a escola e a faculdade, Flávio fez pequenos bicos.
Um serviço de jardinagem aqui, uma limpeza de piscina acolá, aulas particulares de matemática, e assim por diante.
Com isso, ele juntou algum dinheiro.
Não era muito, mas ela estava com a consciência tranquila de que era um dinheiro ganho de forma honesta.
O que juntou durante os anos em que trabalhou na empresa de Flávio, deixou para Letícia.
Não queria nada daquilo.
Sendo assim, deixou Marcela e sua família na casa de seu amigo Diego, e partiu para SaintValley em busca de uma casa e de um emprego.

A campainha tocou, o mordomo atendeu a porta.

- Pois não?
- Chama logo esse maldito desse seu patrão agora, ou eu entro e mato todo mundo! – disse Clemente, curto e grosso.

- Edgar, quem está na porta? – Perguntou Sérgio, na sala de estar.

Clemente empurra Edgar, e invade a mansão de Sérgio.

- Mas o que é isso? – disse Sérgio, assustado.
- Seu maldito, você me paga! – retrucou Clemente, com voz furiosa.
- Edgar, chame a polícia!
- Eu vou matar você, seu desgraçado! Onde está a minha mulher?

Sérgio percebe que é Clemente, e ele está todo suado, tossindo bastante.
Parece estar ardendo em febre.

- Espera, Edgar. Não chama a polícia, não.
- Senhor, tem uma moça aqui... – disse Edgar, tentando controlar seu pânico.
- Mande-a entrar também.

Sérgio leva Clemente e Lúcia para o escritório, para conversarem melhor.

- Eu não quero conversa mole! Traz logo aqui a minha mulher e as minhas filhas! Ou eu te mato! – Esbraveja Clemente.
- Há quanto tempo ele está assim, menina? – Sérgio pergunta para Lúcia.
- Faz alguns dias. Eu falei pra ele ir no médico...
- TRAGA AGORA A MINHA MULHER!

Clemente puxa uma faca e parte para cima de Sérgio.



Sérgio corre para trás do sofá, e aproveita que Clemente está lento, por conta da sua doença, sai do escritório, e tranca pai e filha ali.

- Edgar, ligue para o Heitor imediatamente.
- Sim, senhor.

Enquanto o mordomo faz a ligação, Clemente grita e esmurra a porta do escritório.
Lúcia tenta acalmá-lo, mas ele não cede.

- Como esse homem chegou aqui? – Paula pergunta para o seu marido.
- Não sei, Paula. Mas não chegue perto dele. Ele está doente. E se esse homem morrer aqui dentro de nossa casa, a imprensa acabará descobrindo sobre a mina.
- Você acha que o Heitor poderá fazer alguma coisa?
- Ele TEM que fazer. O dele também está em jogo.

Heitor é um dos irmãos de Sérgio.
Ele é médico, e é o responsável pelos medicamentos enviados à Vila.
Ele chegou pouco tempo depois, e pressionado por Sérgio e Paula, concordou em examinar Clemente.



Não foi fácil fazer com que ele aceitasse ser examinado, mas Lúcia, preocupada em perder a única pessoa que restou ao seu lado, o convenceu a receber o médico.

- Não dá pra dizer muito. Ele precisa fazer exames. – explica Heitor.
- Negativo! Isso vai acabar vazando. E se tudo vier à tona, estaremos todos ferrados.
- Mas Sérgio, não há nada que eu possa fazer! Sem exames mais detalhados, não terei como dar o medicamento correto para ele!

- E quem disse que ele precisa do medicamento correto, Heitor? Ele precisa é calar a boca, pela segurança de todos nós!

Heitor entendeu as palavras do seu irmão.
Não era a primeira vez que eles precisariam silenciar alguém.

- E a menina? – Heitor perguntou para Sérgio.
- É uma gananciosa, como o pai. Sabe aquele seu filho vagabundo e delinquente? Apresenta ele pra ela.
- SÉRGIO!
- Faça o que estou mandando, Heitor. Mulher com cartão de crédito ilimitado na mão é mulher feliz. E mulher feliz não inferniza a vida de ninguém.
- Mas minha mulher vai ficar horrorizada de ter que casar nosso filho com uma...
- Seu filho é um drogado inútil. Ele não vai conseguir arrumar nada melhor do que isso. Mas vê se arruma um pouco aquele meu sobrinho inútil antes de apresentar pra vagabunda. Não deixe ele dar pinta logo de cara do imbecil sem caráter que ele é. Deixe ela pensar que está envolvida com um gentleman. Vai logo e faça o que te mandei.

Heitor disse à Lúcia que o estado de Clemente era extremamente grave, que ele deveria ter ido logo ao hospital, e que talvez agora fosse muito difícil conseguir alguma recuperação, mas que ele iria se esforçar para ajudar o pai dela.

Clemente foi acomodado em um quarto na mansão de Sérgio, acreditando que estava sendo tratado.


Enquanto isso, Renner, filho de Heitor, consolava, a contra gosto, Lúcia, que se apaixonou imediatamente pelo rapaz e acreditava que ele era o amor da sua vida.

Em poucos dias Clemente acabou falecendo, e Renner aceitou casar-se com Lúcia em troca de dinheiro para manter seu vício.

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