Inferno no Colégio Interno
Capítulo 10
Por Meh Sz


Ao amanhecer, Larissa surgiu no quarto, seguida por sua mãe.

“Oh, Sara! Perdoa-me! Se eu soubesse... Nunca permitira que minha mãe fizesse uma coisa dessas com você!” lamentou.
“Mas Larissa, eu não sou a primeira nem a última que vai passar por isto, não?” questionei, confusa. “E de que maneira você poderia impedi-la? Ela é a diretora!”
“Não será mais! Minha mãe foi longe demais colocando uma aluna exemplar como você de castigo, expulsando nosso melhor músico e agredindo uma criança!”
“Não foi bem assim, Larissa! Venha, vamos conversar a sós...” chamou a sra Cátia.


De onde eu estava, podia ouvir uma palavra ou outra da conversa. No fundo, eu sentia um pouco de alívio por Larissa ter despertado, mas por outro lado estava um tanto constrangida em vê-la tratando a mãe daquele modo.

“Estou cansada de você, mãe! Cansada desse seu jeito soberano de ser! O papai deve ter morrido de desgosto!”


“Não fale assim comigo, Larissa. Eu ainda sou sua mãe. E eu e seu pai nos dávamos muito bem. Você é que não sabe colocar limite nessas crianças! Nunca saberá dirigir este colégio do jeito correto”
“E qual é o jeito correto? Repreendendo, castigando, humilhando? Daqui a pouco você estará espancando estas crianças, mãe! Eu não aguento mais! Eu não te suporto mais!”

4
Nunca imaginei que veria a sra Cátia tristonha, mas estava acontecendo. Notando sua situação emocional, resolvi me aproximar. O que ela sentia não era vergonha, era dor.


Então, ali frente aos meus olhos e aos olhos da Larissa, ela não conseguiu aguentar a dor e a perda, e faleceu.


No mesmo instante, Larissa caiu em prantos, olhando fixamente para a transparência da alma de sua mãe.
Naquele momento eu tive certeza: Ela estava vendo a mesma coisa que eu.


“Não precisava ter terminado assim, não é Sara? Agora carregarei para sempre esta culpa.” Lamentou.
“Não diga isso, Larissa. Ela vai descansar em paz, tudo o que precisava.” Consolei-a.
“Por favor, Sara, não conte a ninguém o que houve aqui!”
“Não contarei. Mas, me diga uma coisa: aquele dia em que encontramos o corpo do seu pai no salão de entrada... você também viu?”
“Vi o que?”
“Não se faça de boba, professora. Você vê gente morta como eu.”

Ela abaixou a cabeça, então entendi como um sim.

“Por isso você me defendeu naquele dia em que eu andava pela escola à noite? Você também viu a minha mãe?”
“Sara, esqueça isso. Venha, vamos, temos que organizar um velório e colocar esta escola para funcionar de verdade...”

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