Inferno no Colégio Interno
Capítulo 4
Por Meh Sz


Eu nunca havia me considerado muito inteligente. Adorava versos, música, essas coisas. Mas, depois de quase um mês estudando ali, notei que eu sabia mais do que pensava.
Como já disse, o ensino era muito rígido no colégio Florença. Então, o fato da minha mãe ter sido uma leitora voraz que adorava me contar histórias antes de eu dormir me preparou para aquele ensino. Tudo o que a professora dizia estava relacionando a alguma história que eu ouvira antes de dormir.
Naquele dia em especial, Larissa nos contou um pouco da história do colégio. Para isso, ensinou-nos um pouco de história e fez referências a pessoas que foram importantes. Depois pediu que escrevêssemos o que ela fosse ditando, para termos um resumo no caderno.


Florença - como o próprio nome lembra – era um colégio nem tão velho, nem tão recente. A administração era passada de pai para filho. E os filhos dessas pessoas cresciam naquele colégio.
Os pais pagavam mensal ou anualmente para seus filhos estudarem ali. Mas, como o colégio também abrigava órfãos, você me pergunta: e se essa criança não tivesse uma herança suficientemente grande para pagar o estudo e a hospedagem? É aí que entrava os patrocinadores: pessoas que contribuíam por livre e espontânea vontade, e com isso tinha direito a interferir numa ou outra coisinha.
Estou contando tudo isso para poder chegar na parte mais interessante, ou curiosa, chame como quiser: na maioria das situações, os patrocinadores eram ex-estudantes.


“Sara, você ainda é uma herdeira Magnorim, mas a partir do momento que entra aqui precisa esquecer tudo o que ficou lá fora. As crianças não sabem nada sobre você porque elas são privadas do mundo alheio aqui dentro. Apenas conhecem sua avó porque ela contribuía diretamente com nossa instituição...”

Eu me lembrava claramente do que a professora Larissa tinha me dito no meu primeiro dia de aula: Minha avó era uma patrocinadora. Então minha avó estudou naquela escola? Só tinha um jeito de descobrir: Invadindo o setor administrativo.
A escola não tinha computadores, televisores e rádios. Pelo menos eu pensava que não tinha. Afinal, naquele quartinho miúdo eu encontrei um computador velho com todas as informações existentes, desde datas importantes, antigos administradores, até cadastro de todos os alunos que passaram por ali e seus respectivos desempenhos.


“Posso saber o que a mocinha está fazendo na minha sala e na minha mesa quando deveria estar jantando?” Perguntou o diretor Marcelo.
“Eu estava à sua espera, diretor”
“Sabes muito bem que não tem autorização para entrar aqui! Os alunos são expressamente proibidos de entrar aqui!”
“Era muito importante para mim, diretor.”
“Pois bem, fale. Fale de uma vez, antes que eu lhe dê outra convocação!”
“Minha avó... Senhora Josefa Magnorim... Ela foi patrocinadora do colégio. E também foi estudante. Minha avó era órfã. Assim como minha mãe.”
“Fale logo aonde quer chegar, Sara...”
“Eu não sei muito sobre a história da minha mãe. Mas, pelo que consta em seu computador...”
“Você fuçou no computador de dados??!”
“Calma, diretor. Deixe-me terminar!”

Senti os olhos arderem.

“Ali diz que minha mãe, Natasha, estudou aqui. Mas as datas devem estar erradas. Minha mãe não tinha mais de quarenta anos quando me deixou...”
“Não há nada de errado com os arquivos. Talvez fosse outra filha da Senhora Josefa, ou sei lá... Mas, afinal, porque isso importa? Isso é só o passado.”
“É que hoje de manhã... Eu vi uma mulher idêntica a minha mãe nos corredores da escola. Mas ela parecia... morta.”

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