Inferno no Colégio Interno
Capítulo 8
Por Meh Sz


Depois que a sra Cátia tornou-se diretora no colégio interno Florença as coisas mudaram radicalmente, as regras tornaram-se mais rígidas, os alunos mais reprimidos, e até a nossa alimentação foi alterada.
O sistema de convocação foi praticamente anulado, qualquer desvio de conduta era suficiente para o indivíduo ser encaminhado para a torre do castigo. O conteúdo proposto em sala de aula precisava passar por sua aprovação, e ela controlava cada item do cardápio do dia.
Um quadro de avisos foi implantado nos corredores, para que ficássemos atentos a cada alteração. Cátia continuava fiscalizando as salas, os dormitórios e o refeitório, mas agora ela tinha poder suficiente para corrigir o aluno ali mesmo, da pior forma possível.


Vez ou outra ela perdia a paciência com um aluno, a ponto de gritar e humilhar. Durante o tempo em que dirigiu a escola, cerca de três alunos foram expulsos por má conduta, sendo que pelas nossas observações, ela só se invocava com alunos que tinham alguma deficiência, seja na aparência ou no aprendizado.
O que mais nos entristecia era ver Larissa aturando tudo isso sendo que era para ser ela a diretora do colégio. Sua única atitude foi enrijecer nossos estudos, temendo a desaprovação da mãe.


O ensaio das provas finais tiveram início no segundo semestre do ano, para o espanto de todos. Uma série de competições foi colocada em prática e, por último, realizaríamos uma prova escrita com duração de três dias.
Devido à competência com que Larissa lecionava, muitos de seus alunos se destacaram, como eu, que venci o torneio de xadrez ao disputar esforços mentais com um aluno do terceiro ano.


Na categoria esportiva, onde encontrava-se diversos jogos que exigiam habilidades físicas avançadas, a Maria foi quem se saiu melhor.
Na realidade, ela sempre havia demonstrado capacidade e talento para esportes. E com o espírito competitivo que tinha, o que não aceitava era perder.


Já na área de artes, ninguém teve vez com as habilidades de pintura de Madalena. Ela foi capaz de pintar um pôr-do-sol enquanto todos assistiam.
Mas, tratando-se de música, ninguém tinha tanto talento quanto Rick.


Naquela tarde, enquanto eu refletia sobre o dia cansativo na biblioteca, ele foi ao meu encontro.

“O que faz sozinha por aqui?” questionou ele.
“Eu? Estava só aqui, de bobeira mesmo. Mas e você, o que faz com esse violão? Não pode tocar ele aqui, isto é uma biblioteca.”
“Eu sei, vim só guardá-lo. Parabéns pelo seu desempenho, você é uma ótima jogadora de xadrez!”
“E você então, deu um show! Nunca tinha ouvido uma melodia tão bonita... Aliás, depois que minha mãe me deixou, nunca mais tinha tido ânimo para ouvir composições alheias.”


Ele foi até mim, pegou pela mão e me fez ficar de frente com ele.

“Desculpe-me, mas preciso te mostrar que não sou bom apenas com palavras...”

E me beijou. Era o meu primeiro beijo. Foi o beijo mais estranho, e mais maravilhoso que eu havia provado.


“Ora, mas o que está acontecendo por aqui?” Questionou a diretora Cátia, surgindo inesperadamente pela porta de entrada.
Agora não iria ter jeito, eu sabia que iria para a Torre do Castigo.

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