Capítulo XVII

Peck: Fomos gentilmente colocados para fora do quarto...
Michael: Ela precisa trocar de roupa, né? Vai ficar querendo ver a minha mulher pelada, seu mané?
Peck: Às vezes...
Gina: PECK!
Peck: Calma, platina, é brincadeirinha, né?
Oswaldo: Será que devemos contar a verdade para a Mag agora? A Cleusa fez tantas recomendações...
Waleska: É, mas a Cleusa não tá aqui, agora...
Gina: Ah, e vocês querem desobedecer a Cleusa? Já apensaram no sermão depois? Não duvido nada que ela tenha se transformado em mosca, só pra ver e ouvir tudo o que a gente tá fazendo aqui!
Peck: Credo, que exagero!
Gina: Não é, não, é bem por aí mesmo! A Cleusa é o olho que tudo vê!
Michael: Mas a Mag mora aqui... Uma hora ou outra ela terá que saber da verdade... Vamos contar com jeitinho...

Magnólia: Ai, gente, que saudades de vocês! Bonito o lugar aqui, heim?
Gina: É verdade! Pena perder o meu mural...
Magnólia: Ah, mas você pinta outro rapidinho, Gina... Mas onde estão a Abi e o Renato Augusto?
Oswaldo: Bom...
Waleska: Hum... É que...
Peck: Bem...
Magnólia: Credo, falem logo, vocês estão me assustando!

Michael: Meu amor, do que você se lembra daquele dia, exatamente?
Magnólia: Pouca coisa... Eu estava no banheiro, já me preparando pra trocar de roupa e sair pra deixar o grêmio livre pro R.A. e a Abi. eu a encontrei no banheiro... Fizemos as pazes e quando eu estava saindo, comecei a sentir o cheiro da fumaça... As janelas não abriam, eu fiquei desesperada, e respirei muita fumaça, ao fazer força tentando abrir as janelas. Então fiquei tonta, vi meu pai. Nessa hora pensei que tivesse morrido! Só me dei conta que estava tudo bem quando acordei com os gritos da Cleusa no hospital.
Oswaldo: Ah, tinha que ser a Cleusa...
Magnólia: Mas me falem, onde estão a Abi e o R.A.?
Michael: Bom, Mag, a gente também não sabe de muita coisa, pois não estávamos lá quando tudo isso aconteceu, e o Renato Augusto estava muito nervoso quando nos contou.
Magnólia: Ai, não... Ai, não... Não me digam que aconteceu alguma coisa com a Abi?
Michael: Aparentemente não deu tempo do Renato Augusto voltar para pegar a Abi. Ele tirou você primeiro, pois estava desacordada, e ao voltar não a encontrou mais.
Oswaldo: Os bombeiros acharam apenas a aliança dela.

Magnólia fica muda.

Gina: Mas... Vamos mudar de assunto, falar sobre outras coisas, não é mesmo?

Michael: É verdade, Gina! Agora só quero saber de ficar assim, agarradinho com você, Mag!

Magnólia apenas balança a cabeça.

Michael: Que foi, meu amor, tá tudo bem?
Magnólia (com os olhos cheios d'água): Uhum.

Michael percebe que Magnólia ficou muito abalada com a notícia, e ao invés de esperar que ela falasse alguma coisa, apenas a cobriu de beijos.

Gina: Pois é, Peck, definitivamente precisamos de um sofá maior...

Mais tarde...

Magnólia: Renato Augusto! Que bom que você está aqui! eu queria mesmo falar com você!
Renato Augusto: MAG? Quando você voltou?
Magnólia: Faz algumas horas...

Renato Augusto achou que fosse mais um dos seus delírios, e pega uma garrafa de bebida.

Magnólia: Você está bebendo, R.A.?

Foi então que ele se deu conta de que não era uma alucinação: Magnólia estava ali, carne e osso, bem na sua frente.

Renato Augusto: Não quero que você me veja assim, Mag...
Magnólia: Mas Renato Augusto...
Renato Augusto: NÃO! Estou com vergonha! Por favor, saia daqui!

Magnólia: Renato Augusto, não seja tão duro com você mesmo!

Renato Augusto: Mag, me perdoa, me perdoa, pelo amor de Deus! Eu jamais faria algo de mau pra você!
Magnólia: Eu sei, eu sei! Sinto muito pela Abigail...

Renato Augusto: Eu não merecia ela! Eu não mereço você! Eu não mereço as pessoas que moram aqui... Eu não passo de um *&%$#@!...
Magnólia: Não diga isso, R.A.!
Renato Augusto: Mas é verdade, Magnólia... Olha só a minha vida... O que eu tenho? Nada! Tenho dinheiro, e só. As pessoas me odeiam... Eu maltrato quem eu amo... Eu matei a Abi e quase matei você!
Magnólia: Não, não é verdade, R.A.! Foi uma fatalidade, você não tem culpa!
Renato Augusto: TENHO! Eu mereço morrer!

Carinhosamente, Magnólia abraçou Renato Augusto e ficou ali, por algum tempo, deixando que ele chorasse tudo o que tinha para chorar em seu ombro.
Então Renato Augusto se acalmou e os dois começaram a relembrar histórias do passado, mais precisamente quando ele ainda era um menininho, que abrigou em seu quarto uma adolescente linda, que precisava sumir por um tempo para reorganizar a sua vida. Foi naquele momento que, apesar da diferença de idade, ele percebeu que aquela era a mulher da sua vida.

A noite caiu e eles nem perceberam...

Magnólia: Ah, mas bem que eu te venci várias vezes naquele jogo, fala a verdade!
Renato Augusto: E você dizia que nunca tinha jogado, heim?

Os dois riem.

Michael: Papo animado esse, heim? Você já ficou muito tempo em pé, Mag, não pode se esforçar.
Magnólia: Ah, tá tudo bem, Michael, a gente tava só conversando...
Renato Augusto: É fica calminho aí, amigo.

Michael: Amigo? Eu sou tudo, menos seu amigo! Todos foram bem claros com você: FIQUE LONGE DA MAGNÓLIA!
Magnólia: Que é isso, Michael, tenha calma!
Renato Augusto: É, você anda muito nervosinho...
Michael: Escuta aqui, Renato Augusto, esse é o meu último aviso: ou você deixa a Magnólia em paz por bem, ou vai ser por mal, está entendido?

Magnólia: Michael...

Michael interrompe o que Magnólia ia dizer, dando-lhe um abraço.

Renato Augusto (*pensando): Eu ainda vou matar esse cara!

Michael: Temos uma surpresa pra você lá fora, Mag.
Magnólia: Obaaaaa!!!! Que surpresa será essa?

Michael: É uma pequena festinha para comemorar a sua volta. E você, Renato Augusto, NÃO está convidado. Não ouse sair desta casa enquanto estivermos lá fora.
Renato Augusto: Ah, vai te catar! Eu nem queria ir nessa festa mesmo!
Magnólia: Muita falta de educação, Michael! A festa é pra mim, certo? Então eu posso convidar quem eu quiser... Você pode ir sim, Renato Augusto.

Não perca o próximo capítulo de The O.Sim.!