Quinta Temporada

Capítulo I

Muito tempo se passou desde que Cleusa faleceu, Magnólia foi fazer um tour junto com a Banda do Michael e seu irmão Eric, Oswaldo, Lilly, Gina, Peck e Renato Augusto continuaram tomando conta do Moda Sem Nota, enquanto Abi dedicava-se a sua filha Amandinha, e Mauro, Sr. Astrolábio e Kiki estavam morando em uma comunidade hippie alternativa.
Mas tudo isso mudou, quando Kiki teve um acesso de fúria e voltou para Pinel Falls.

Na casa de Kiki...

Mauro: Kiki, minha Deusa, não aguento mais tanto serviço! Eu e o Sr. Astrolábio estamos moídos! Quando você vai tirar a gente do quartinho?
Kiki: Ai, mas que coisa, Mauro, você é um chato! Eu sustento vocês dois, nada mais justo que vocês trabalhem pra mim!
Mauro: Mas isto é escravidão! E escravidão possui energias muito negativas!
Kiki: Ah, e eu lá quero saber dessa bobagem de energia? Se manca, Mauro!
Mauro: Mas Kiki, minha Deusa, você tinha mudado tanto...

Kiki: Ai, quanto choro, meu Deus! Quanta lamentação... Ou você é muito burro, ou você é muito burro MESMO!
Mauro: Não fale assim... A sua aura, quando você fala essas coisas, ela fica uma cor assim meio...
Kiki: Meio dourada, com muito vermelho, veludo, seda pura e muitos bling blings.
Mauro: Kiki, minha Deusa, você parte meu coração!
Kiki: Óh, tadinho! Acabou o choro?
Mauro: Mas...
Kiki: Então vai lavar todas as janelas dessa casa, porque eu mal consigo ver a luz do sol. Limpe todas, até as de 3 andares, nem que você tenha que descer de rapel pelo telhado pra fazer isso, mas faça.

Sr. Astrolábio: Kiki, você tinha prometido que hoje íamos comprar aquela cama. Pelo amor de Deus, eu já tenho idade, não aguento mais dormir naquele colchonete que você largou naquele quartinho dos fundos. Tantos quartos nessa casa!
Kiki: Pare de reclamar, pare de reclamar! Eu estou fazendo um favor pra vocês, seus mortos de fome. Aqui está ruim? Então vá morar com a desmiolada da sua neta.
Sr. Astrolábio: Se eu for, quem é que vai trabalhar de graça pra você?
Kiki: De graça, não! Vocês dão muita despesa, sabiam? Comem feito uns capados, e ainda gastam toneladas e mais toneladas de produtos de limpeza.
Sr. Astrolábio: Você quer que a gente limpe tudo e ainda reclama?

Kiki: É a lei da sobrevivência. Se vocês querem morar aqui, então façam alguma coisa.
Sr. Astrolábio: E a minha cama?
Kiki: Não tenho dinheiro para isso.
Sr. Astrolábio: Como não?
Kiki: Você tem idéia de quanto cutou meu silicone? A minha lipo? As roupas novas que eu comprei? As minhas lentes de contato? Você tem idéia do quanto que custa ser eu?
Sr. Astrolábio: Se você tão tivesse dinheiro, não teria comprado essa casa...

Kiki (dando as costas para eles): Essa conversa já cansou a minha beleza.
Mauro: Não acredito, Astro, não acredito! Onde está aquela pessoa doce, carinhosa, zen que eu conhecia?

Sr. Astrolábio: Ela nunca existiu, Mauro. Foi uma boa atuação para nos enganar.
Mauro: Ela merecia aquele rapazinho simpático, dourado, não me lembro o nome dele...
Sr. Astrolábio: Oscar?
Mauro: Sim, isso mesmo! Venha, Astro, vamos pra cozinha que aqui as energias estão sinistras!

Kiki: Ai, gente chataaaaaa! Odeio gente chata! Só não dou logo um pé nesses dois otários porque ainda preciso deles. Mas falta pouco, muito pouco... Hum... Uma esticadinha aqui, outra puxadinha ali, até que não cairia nada mal.

Kiki escuta passos do lado de fora da casa e vê um vulto passando em sua janela.

Kiki: Quem está aí? Vamos, apareça! Já faz dias que eu percebo você me espiando! É algum paparazzo, é? Quer tirar uma foto minha, quer? Então tira logo, mas mostre sua cara! Tá com medo, é? VAMOS, APAREÇA!

Mauro: Eu sinto tanta saudade da Cleusinha...
Sr. Astrolábio: Eu também, Mauro, eu também.
Mauro: Me custa acreditar que ela tenha mesmo morrido.
Sr. Astrolábio: É mesmo, tão nova! E eu que achei que fosse antes de todos!
Mauro: Sabe, Astro, às vezes eu me sento na beira do lago ali da entrada, e, enquanto eu converso com os peixes...
Sr. Astrolábio: Conversa com os peixes?
Mauro: Ô! E eles contam cada coisa, que deixariam seus poucos e brancolinos fios de cabelos em pé! Mas, continuando... Entre um papinho e outro com eles, enquanto equilibramos nossas energias com o cosmo aquático...
Sr. Astrolábio: Cosmo aquático?
Mauro: É, depois eu explico. Então, quando eu faço isso, eu penso muito na Cleusinha, sabe? Muito, muito, muito! Uma vez pensei tanto, mas tanto nela, que eu senti o perfume dela.
Sr. Astrolábio: Ah, isso é normal. Quando eu perdi a minha esposa sempre que lembrava dela, tinha a impressão de sentir seu cheiro...
Mauro: Mas é muito mais forte do que uma simples lembrança, Astro. É uma coisa assim, meio pá daqui, pá de lá. Eu sei que um dia eu vou conseguir canalizar essa energia tão forte, mas tão forte, que vou conseguir falar com ela.

Sr. Astrolábio: Que é isso, Mauro, ficou doido? Falar com os mortos?
Mauro: Pô, mó doido o cara ae, fala sério! Da hora falar com os mortos, nunca falou, não?
Sr. Astrolábio: Deus me livre guarde!

Kiki (entra na sala de jantar gritando): EU QUERO SABER E QUERO SABER AGORA QUAL DE VOCÊS DOIS FICA ME ESPIANDO NA JANELA.
Mauro: Que é isso, mulher, endoideceu?
Sr. Astrolábio: Não está falando coisa com coisa.
Kiki: Ah, vocês querem me enlouquecer, né? Eu vi que vocês estavam me olhando pela janela!
Sr. Astrolábio: Nós estamos aqui desde a nossa última conversa, Kiki. Ninguém saiu da casa.
Kiki: MENTIROSOS! Parem de me provocar, estou avisando, ou será pior para vocês!
Mauro: Sinto uma energia muito confusa neste momento!
Kiki: Danem-se as energias! Vocês estão de castigo! Não vão no churrasco daqueles idiotas, que vão comemorar a volta do casal mais idiota ainda!
Sr. Astrolábio: Tá falando do churrasco de volta da Magnólia e do Michael?
Kiki: Tá vendo como você não é tão burro? Já limpar as janelas, vamos, vamos, vamos!

Amandinha: Papai, olha o meu mergulho!

Abigail: Amandinha, deixa o seu pai, ele tá se divertindo com os amigos dele.
Lilly: Nossa, Abi, como ela cresceu, heim?
Abigail: É verdade, Lilly. PArece que foi ontem que eu conheci o Rê. Quando olho pra Amandinha nem acredito que ela é nossa filha.
Lilly: Deve ser muito gratificante ser mãe.
Abigail: No começo eu exitei, porque queria terminar meus estudos, mas depois que consegui conciliar tudo, vi que é a melhor experiência do mundo! E você e o Oswaldo, como estão?
Lilly: Ah, na mesma. A gente sai, mas não sei, acho que ele tem medo de compromisso.
Abigail: Esse medo talvez se chamaria Magnólia?
Lilly: Não... Esse é o nome do MEU medo.
Abigail: Ah, relaxa, Lilly, a Mag tá tão feliz com o Michael. É só dar um tempo pro Oswaldo que tudo se resolve. Foi assim comigo e com o Rê, tenho certeza que será assim com você também.

Gina: A gente tá morando junto, e tá dando super certo.
Magnólia: Eu tenho medo de morar com o Michael.
Gina: Medo do que? Ele morde?
Magnólia (rindo): Não...
Gina: Ele vira monstro?
Magnólia: Não...
Gina: Medo do que, então? Se não der certo, faz as malas e vai embora.
Magnólia: Você coloca as coisas de um jeito tão fácil.
Gina: E elas são mesmo, as pessoas é que complicam.

Magnólia: E se eu engravidar?
Gina: Só engravida quem quer, amiga. Se você se previnir certinho, não terá problemas.
Magnólia: Mas eu fico encanada.
Gina: Ai, Magnólia e suas encucações! Não complica as coisas! Viva a sua vida e pronto. Você fez a sua escolha - e eu particularmente acho que você escolheu muito bem - então agora desfrute tudo o que você tem direito.

Magnólia: Amor, esse churrasco vai demorar pra ficar pronto? Eu tô com fominha...
Michael: Já estou providenciando, linda!
Gina: Ai, minha diabetes!

Renato Augusto: E-u v-o-u p-e-g-a-r...
Abigail: Ai ai ai, nem vem, não quero me molhar!

Renato Augusto: VOU TE JOGAR NA ÁGUAAAAAA!
Abigail: NÃÃÃÃÃÃO, POR FAVOR NÃÃÃÃÃÃO!

Renato Augusto: Você está linda nesse biquini!
Abigail: Ai, Rê, eu queria tanto ter um outro bebê! A Amandinha pede todos os dias um irmãozinho...
Renato Augusto: Ah, mas ela também pede um cachorro, uma Barbie, uma bicicleta...
Abigail (fazendo bico): Aaaaaah, amooooor...

Oswaldo: Mag, quase morri de saudades de você!
Magnólia: Eu também não via a hora de voltar. Sabe, viajar é bom, mas a volta é melhor ainda.
Oswaldo: Como estão você e o Michael?
Magnólia: Estamos bem. Decidimos morar juntos. Mas o irmão dele, o Eric, vai morar com a gente. E você e a Lilly?
Oswaldo: Bem, bem, claro.

Magnólia: Mas...
Oswaldo: Sem mas.
Magnólia: Eu te conheço, tem algo pegando.
Oswaldo: Nada importante, que não possa ser falado em outro momento.
Magnólia: Ok. Mas você promete me contar?
Oswaldo: Eu não só prometo, mas eu VOU te falar, porque você PRECISA saber.
Magnólia: Você está me assustando!

Amandinha: Tio Michael, de onde vêm os bebês?
Michael (engasgando): Por que você tá me perguntando isso?
Amandinha: Quando você casar com a tia Mag vocês vão ter bebês?
Michael: Sim, claro! Mas porque você tá me perguntando isso?
Amandinha: Posso ter um cachorro? A minha vó falou que sim.
Michael: A sua vó fala um monte de coisas, e a maioria delas são sem nexo.
Amandinha: Tio Michael, o que é nexo?
Michael: Bom, er... Nexo é... Pergunta pra tia Mag!

Amandinha: Tia Mag, o que é nexo?
Peck: Nexo é quando você pega esse sanduba aqui, ó...

Peck: E taca ele na pessoa!
Magnólia: Peck, não faça isso!

Amandinha: Ai, tio Peck, você me sujou!
Peck: Sujei, né? Te peguei!

Amandinha: Aaaaaaaaaaah! Eu vou pegar você com o meu super desintegrador automático de partículas do Universo!
Peck: Podes crer! Você roubou do Mauro esse bagulho aí, né?

Amandinha: Tio Peck, eu posso ter um cachorrinho?
Peck: Eita, voltou de novo na mesma tecla!

Amandinha: Eu queria taaaaaaaaaaanto ter um cachorrinhooooooooo!

Gina: Nossa, eu tô ouvindo daqui a Amandinha perguntar pela milhonésima vez sobre o maldito cachorrinho! Dá logo essa porcaria pra menina pra ver se ela cala a boca!
Lilly: Credo, Gina, que horror!
Gina: Eu não suporto crianças, ainda mais as que vêm com o disco riscado!
Abigail: Você ainda vai pagar a sua língua, e vai ter muitos filhos.
Gina: Não roga praga, não Abi, não roga!
Renato Augusto: Bom, o papo tá ótimo mas a gente precisa se reunir com a Mag.
Abigail: Ah, amor, hoje é dia de festa, não é dia de falar sobre assuntos importantes.
Gina: Abi, o R.A. tem razão. Quanto mais tempo demorarmos para contar para a Mag, pior vai ser.

Michael: E aí, como foi com o Oswaldo?
Magnólia: Ué, foi normal.
Michael: Sem ressentimentos?
Magnólia: Claro, por que teria?
Michael: Ah, sei lá, né...

Magnólia: Aaaaaaaah, você tá com ciúúúúúúmeeeeeeees!
Michael: Claro, poxa!
Magnólia: Fica assim não! Meu coração pertence a você, só você, bobinho!

Michael: Isso quer dizer que você vai mudar pra cá, então?
Magnólia: Ah, me dá mais um tempinho pra pensar, vai?
Michael: Ah, Mag!
Magnólia: Não vamos brigar, poxa... Hoje é dia de festa e eu estou nervosa porque eles querem conversar algo sério comigo, que eu não sei o que é. Estou muito preocupada.
Michael: Você acha que é sobre a Kiki?
Magnólia: Não sei, mas pela cara deles a coisa parece ser grave.
Michael: Então vai lá, meu amor, deixa que eu cuido dos outros convidados.
Magnólia (rindo): É, quero ver você passar pelos interrogatórios da Amandinha!
Michael: Ah, essa fase é fogo! Eu lembro quando meu irmão tinha essa idade. Se na época eu tivesse o trunfo que tenho hoje, teria sido bem melhor...
Magnólia: Trunfo? Que trunfo?
Michael: O Peck!

Renato Augusto: Mag, a gente tem um assunto muito sério pra falar com você.

Não perca o próximo capítulo de The O.Sim.!