Quinta Temporada

Capítulo 7

Renato Augusto: Eu quero saber da verdade.
Kiki: Eu não tenho coragem de te contar!
Renato Augusto: Deveria ter pensado nisso antes de fazer tudo o que fez. Como você tem estômago pra conviver com você mesmo, heim? Me diz!
Kiki: Eu...
Renato Augusto: CALA A BOCA, SÓ EU VOU FALAR AQUI!

Renato Augusto: Como você tem estômago pra se olhar todos os dias no espelho, sabendo o verme ambulante que você é? Sério, você não tem vergonha, não? Não tem vergonha de ter traído meu pai, de ter participado da morte dele, de ter me negligenciado durante tanto tempo, de ter roubado a todos nós?
Kiki: Como você sabe que...
Renato Augusto: EU SEMPRE SOUBE, KIKI! Eu sempre soube! Eu era uma criança, mas não era idiota. Eu ouvia vocês brigando, eu ouvia você e os seus amantes, eu sabia de TUDO.

Kiki: Onde você vai?
Renato Augusto: Vou pro único lugar onde não me sinto traído.
Kiki: Filho...
Renato Augusto: VAI PRO INFERNO!

Renato Augusto: Como vou contar isso pra Abi? Não tenho como esconder isso dela. E se ela não agüentar?

Renato Augusto vaga pelas ruas até anoitecer.
Ele decide entrar em um bar.

Garçom: Boa noite, senhor. O que deseja?
Renato Augusto: O que você tiver de mais forte.
Garçom: Dia difícil, hã?

Renato Augusto não responde, apenas abaixa a cabeça.

Oswaldo: Sabia que eu ia te encontrar aqui.
Renato Augusto: Ai, meu Deus, o que uma pessoa precisa fazer pra poder encher a cara em paz, heim?

Oswaldo: Não vou deixar você fazer isso.
Renato Augusto: Oswaldo, ela não está aqui, não está te vendo. Não precisa representar. Mesmo porque, ela está com o Michael agora, então não precisa fingir que gosta de mim, que somos amigos, só para ganhar pontos com a Mag.
Oswaldo: Você acha que é por causa dela que eu estou aqui?
Renato Augusto: E existe outro motivo?
Oswaldo: Claro! Tudo bem que a gente começou com o pé esquerdo, mas depois nos acertamos, não?
Renato Augusto: É, sei lá.
Oswaldo: Sei lá?

Renato Augusto: Oswaldo, não to a fim de falar agora.
Oswaldo: Então não fala. Não precisamos falar nada. Mas vou ficar aqui.
Renato Augusto: Ai ai ai, você não está entendendo...
Oswaldo: VOCÊ é que não está entendendo. Você tem uma esposa linda, que está esperando um bebê. Tem uma filha maravilhosa que está desaparecida. Você acha mesmo que beber vai resolver esse problema? Você acha mesmo que nós abandonaríamos você neste momento?

Renato Augusto: O que eu fiz? Me diz, Oswaldo, o que eu fiz pra merecer isso?
Oswaldo: Não sei. Não sei te responder isso, R.A. Mas sei que ninguém passa no lugar da gente o que a gente tem que passar. Mas cabe a você decidir se vai enfrentar isso, ou se vai jogar tudo pelos ares, bebendo.
Renato Augusto: Ela te mandou aqui, né?
Oswaldo: Não. A Mag nem sabe que eu vim, atrás de você. Ela está preocupada. Todos estão.
Renato Augusto: O que você faria no meu lugar, com uma mãe vagabunda, que jamais gostou de você, que te olhava todos os dias com ódio, fazendo você se arrepender de ter nascido, que tramou a morte do seu pai, que roubou seus amigos...

Oswaldo: Eu não sei o que eu faria. Não consigo pensar em vivenciar tal coisa. Mas sabe, R.A., eu acho que eu e você não somos tão diferentes assim?
Renato Augusto: Não?
Oswaldo: Não. Tirando a questão de dinheiro, eu acho que tanto eu quanto você tivemos que provar para o mundo que somos capazes. Capazes de decidir por nós mesmos, capazes de cuidar de nós mesmos, capazes de sobreviver, capazes de lutar. Cada um de um jeito, mas ambos tivemos que passar por isso e vamos continuar passando pelo resto de nossas vidas.
Renato Augusto: Eu cansei de ter que fazer isso.
Oswaldo: Todo mundo uma hora cansa, mas em algum momento temos que lembrar do porquê e o que nos faz continuar.
Renato Augusto: O que te faz continuar?
Oswaldo: Hum, várias coisas. Mas a principal é cuidar pra ter certeza que ela será sempre feliz, mesmo sem ser comigo.
Renato Augusto: Puxa, que coragem!

Oswaldo: Vai dizer que você também não cuida dela, mesmo de longe? Se não cuidasse, não teria depositado sei próprio dinheiro na conta do Moda Sem Nota, para cobrir o cheque do fornecedor.
Renato Augusto: Hum... Você é esperto.
Oswaldo: Muito mais do que você imagina. Ela nunca vai sair dos nossos corações, mesmo que façamos nossas vidas com outras mulheres que amemos tanto como a amamos. Nenhuma irá substituí-la, porém, seguiremos nossas vidas, porque ela fez a escolha dela.
Renato Augusto: Você ainda tem esperanças?
Oswaldo: Se eu disser que não, estarei mentindo, mas hoje aprendi a não esperar, a não forçar o destino, e não me decepcionar se não acontecer. É melhor ter um pouco do que não ter nada.
Renato Augusto: Você tem razão. E eu odeio quando você tem razão...

Os dois riem.

Oswaldo: Vem, eu te levo pra casa. Eu sei que você não bebeu muito, mas eu te levo mesmo assim.
Renato Augusto: Obrigado!

Eles seguiram o caminho todo até chegarem na casa de Renato Augusto.

Renato Augusto: Obrigado, Oswaldo.
Oswaldo: Não deixa de ligar pra Mag, ela ta preocupada.
Renato Augusto: Pode deixar.
Oswaldo: Me avisa de souber de alguma coisa sobre a Amandinha.
Renato Augusto: Avisarei.

Renato Augusto dá um suspiro bem fundo, toma coragem e entra em casa.

Abigail: Nossa, amor, onde você tava? Eu tava tão preocupada! Liguei pra tudo que é lugar, não consegui te achar!
Renato Augusto: Abi, a gente precisa conversar.

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